31 de julho de 2009

O que é a vida? - Erwin Schrödinger *


A explicação da vida é tratada como fenômeno empírico. Seu estudo, entretanto, é muito mais que uma contribuição exótica de um físico à biologia, ou à filosofia da biologia. As teses desse autor obtiveram repercussão duradoura sobre gerações de pesquisadores e abriram campos de pesquisa até hoje trilhados.


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27 de julho de 2009

A Escrita da Historia - Michel de Certeau


Este livro representa um marco fundamental da moderna teorização sobre a natureza do fazer histórico. Ele foi concebido como uma série de estudos destinados a identificar as etapas-chaves da prática historiográfica e suas diferentes abordagens ao longo do tempo: historicista, semiótica, psicanalítica (freudiana), socioepistemológica. Michel de Certeau procura caracterizar aqui as operações que regulam a escrita da história: a fabricação de um objeto, a organização do tempo, o trabalho de ocultação/deturpação do sentido, a encenação de um relato.

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(reupado)

21 de julho de 2009

A estrutura das Revoluções Científicas - Thomas Kuhn *


Um primeiro aspecto que chama a atenção é o fato do autor dirigir sua análise sob a perspectiva de que a visão paradigmática tenciona orientar a quem se prepara para ingressar na atividade científica. Diz explicitamente que “o estudo dos paradigmas [...] é o que prepara basicamente o estudante para ser membro da comunidade científica na qual atuará mais tarde”, p. 31.

Isso significa que esse candidato a cientista irá estudar modelos do campo científico de seu interesse a fim de moldar-se nos fundamentos da “ciência normal” (Kuhn) desse campo. Aliás o significado clássico de paradigma em Platão, por exemplo, é a idéia de modelo. Uma vez moldado ao modelo, o novo cientista domina uma espécie de mapa do conhecimento limitada à sua zona de escolha. Enfim, ele tem a assimilação de um roteiro. Isto ocorre desse modo porque “...uma comunidade científica, ao adquirir um paradigma, adquire igualmente um critério para a escolha de problemas que, enquanto o paradigma for aceito, poderemos considerar como dotados de uma solução possível”, p. 60.

Percebe-se, numa análise mais detida, que o conceito de paradigma, aqui recuperado, associa-se à atividade de busca visando a transformação e a ampliação do conhecimento. Com isso, aproxima-se bastante da idéia do mapa do conhecimento dominado por um dado grupo. À idéia deste mapa do conhecimento está associada a idéia da existência de um patamar básico de conhecimentos que existiriam como necessários para dar suporte à concepção e à recepção das questões científicas. Tal circunstância, conforme Kuhn, vai ser demonstrada pela investigação histórica da comunidade acadêmica. Ele vai dizer que uma investigação atinente à comunidade científica “de uma determinada especialidade, num determinado momento, revela um conjunto de ilustrações recorrentes e quase padronizadas de diferentes teorias nas suas aplicações conceituais, instrumentais e na observação”, p. 67. E, diz também, que tais ilustrações são “os paradigmas da comunidade, revelados nos seus manuais, conferências e exercícios de laboratórios”, p. 68

No aprofundamento de sua discussão, Kuhn observa um conjunto de fenômenos que conforma os candidatos a pesquisadores à formação de uma falsa idéia de linearidade da evolução de seu respectivo campo especializado, que funcionaria como um fundo não dialetizado do saber daquele domínio dando-lhe certeza do perfil do conhecimento mais correto. Com isso, forma-se a crença nesse saber que, sendo seguido como verdadeiro, levará imediatamente a uma resistência às mudanças. Quando tais certezas vêm a se embaralhar e as explicações para os fenômenos começam a ser contraditadas, ou quando outras explicações são apresentadas em eventos científicos com tendência à aceitação e quando as práticas de laboratório seguem principalmente teorias mais recentes e adotam outros procedimentos metodológicos, produzindo resultados científicos mais facilmente aceitos, está instalado outro paradigma.

De outro lado, a perspectiva Kuhniana tende a ser drástica quanto à forma de ruptura que o novo paradigma provoca na comunidade científica. Para ele, “quando a comunidade científica repudia um antigo paradigma, renuncia simultaneamente à maioria dos livros e artigos que o corporificam, deixando de considerá-los como objeto adequado ao escrutínio científico”, p. 209. Isso, não quer dizer, naturalmente, que a ruptura se dá de imediato. No entanto, pode significar uma guinada de fato, especialmente se for olhado como Kuhn estabelece o conceito-síntese de paradigma. Sua concepção é a de que “um paradigma é aquilo que os membros de uma comunidade partilham e, inversamente, uma comunidade científica consiste em homens que partilham um paradigma”, p. 219.
Link corrigido!!
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10 de julho de 2009

O Gene Egoísta - Richard Dawkins *


O Gene Egoísta é o livro em que Richard Dawkins apresenta uma teoria evolucionária que procura explicar a evolução das espécies na perspectiva dos genes e não na do indivíduo (geralmente, exacerbado em falsa importância pelo meio social economista) ou da espécie (geralmente, exacerbada em falsa relevância por meios sociais utópicos). Segundo a Teoria do gene egoísta, o gene é a unidade fundamental da evolução. Esta ideia põe cobro a algumas confusões que se criaram com o objetivo de explicar determinadas características físicas ou comportamentais dos seres vivos. Olhando-se para a evolução do ponto de vista do gene, é possível explicar mesmo fenômenos de seleção de grupo. Este livro também é notável por (re)introduzir o conceito de Meme.

O Conceito de máquina de sobrevivência abordado no livro, no entanto, não é originalmente de Dawkins, tendo base nos trabalhos pioneiros de G. Willians e Maynard Smith. O crédito é dado no próprio livro quando Dawkins deixa bem claro que a ideia original não é dele e que já existia e que só faltava cunhar-se o termo. A teoria de que o gene é mais importante do que o indivíduo que o transmite obriga a reavaliar os conceitos filosóficos, principalmente religiosos, que elegem o indivíduo como objetivo final da criação. O indivíduo seria, apenas, a "máquina de sobrevivência" dos genes.
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7 de julho de 2009

Mundo Assombrado Pelos Demônios - Carl Sagan *


Nessa obra, Sagan pretende apresentar o método científico a leigos e encorajá-los a pensar de maneira crítica e cética, demonstrando métodos para distinguir ciência de pseudociência e propondo o ceticismo e o questionamento ao abordar novas ideias.

Sagan afirma que após uma análise das suposições de uma nova idéia, ela deve permanecer plausível, e então ser reconhecida como uma suposição. O pensamento cético é uma maneira de construir, entender, racionalizar e reconhecer argumentos válidos e inválidos, e prová-los de maneira independente. Ele acreditava que a razão e a lógica devem prevalecer a favor da verdade. Através desses conceitos, os benefícios do pensamento crítico e a natureza "auto-corretiva" da ciência emergiriam.

Sagan fornece uma análise cética de vários tipos de superstições, fraudes, pseudociências e crenças religiosas como deuses, bruxas, OVNIs, percepção extra-sensorial e cura pela fé. Há um capitulo em que ele descreve a decadência do ensino de ciências nos estados unidos, uma discussão muito pertinente
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6 de julho de 2009

Novun Organon - Francis Bacon (Reupado)

"Pois um homem acredita mais facilmente no que gostaria que fosse verdade. Assim, ele rejeita coisas difíceis pela impaciência de pesquisar; coisas sensatas, porque diminuem a esperança; as coisas mais profundas da natureza, por superstição; a luz da experiência, por arrogância e orgulho, coisas que não são comumente aceitas, por deferência à opinião do vulgo. Em suma, inúmeras são as maneiras, e às vezes imperceptíveis, pelas quais os afetos colorem e contaminam o entendimento.”

– Francis Bacon, Novum Organon (1620)
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