27 de janeiro de 2010

A Partilha da África e a Resistência Africana - Jorge Euzébio Assumpção *


A África no século XIX foi vítima da cobiça dos países europeus, que em suas disputas imperialistas partilharam o território. Para conseguir colônias os países capitalistas não mediram esforços. Assim como não pouparam os povos nativos que resistiram à invasão, esses foram vítimas de verdadeiros massacres, quando da defesa de seus territórios, como foi o caso do movimento Mau-Mau. Na busca por novas colônias valia tudo, a exemplo do rei Belga, Leopoldo II. Que usou de todos os métodos, legais ou não, subornando pessoas e cometendo trapaças, para conquistar as terras do Congo e sacralizar seus objetivos - retirar toda a riqueza possível do solo africano. Para tanto os capitalistas cometeram todos os excessos, desde o trabalho compulsório até o extermínio físico. O imperialismo deixou como consequência a chacina e o aniquilamento dentre os diversos povos de origem africana.
Arquivo Reupado

22 de janeiro de 2010

África na Sala de Aula: Visita à História Contemporânea - Leila Leite Hernandez


O livro "África na Sala de Aula: Visita à História Contemporânea" reúne aulas de história da África, ministradas entre 1998 e 2003, pela historiadora Leila Leite Hernandez, na PUC-SP. Durante esse período, a autora foi amadurecendo sua visão deste continente tão pouco conhecido e cuja história é complexa e envolve uma enorme diversidade de culturas e modos de ser.
Como observa o escritor angolano Mia Couto, que prefaciou a obra, o livro consegue ser fiel ao que ele chama de a tripla condição restritiva do continente africano: prisioneiro de um passado inventado por outros, amarrado a um presente imposto pelo exterior e, ainda, refém de metas que lhe foram construídas por instituições internacionais que comandam a economia.
"África na Sala de Aula: Visita à História Contemporânea" é, na verdade, a primeira pesquisa historiográfica e iconográfica realizada no Brasil que leva em consideração a história do continente africano como um todo. A obra é uma empreitada de fôlego, fruto de uma pesquisa de quase uma década sobre o assunto. A leitura do texto vai alargando e aprofundando nossa compreensão sobre a freqüente movimentação de caráter sócio-político do continente africano.

19 de janeiro de 2010

A Revolução dos Bichos - George Orwell


Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista. De fato, são claras as referências: o despótico Napoleão seria Stálin, o banido Bola-de-Neve seria Trotsky, e os eventos políticos ? expurgos, instituição de um estado policial, deturpação tendenciosa da História ? mimetizam os que estavam em curso na União Soviética. Com o acirramento da Guerra Fria, as mesmas razões que causaram constrangimento na época de sua publicação levaram A revolução dos bichos a ser amplamente usada pelo Ocidente nas décadas seguintes como arma ideológica contra o comunismo. O próprio Orwell, adepto do socialismo e inimigo de qualquer forma de manipulação política, sentiu-se incomodado com a utilização de sua fábula como panfleto. Mesmo profundas transformações políticas que mudaram a fisionomia do planeta nas últimas décadas, a pequena obra-prima de Orwell continua atual como uma critica feroz a todo tipo de autoritarismo.
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